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Mensagem por Jess Hewitt Qui Set 11, 2014 6:41 pm

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Mensagem por Jess Hewitt Sex Set 12, 2014 4:31 pm








Reaching
The Diagon Alley


A
cordei literalmente com o cantar do galo. Nem bem o sol começara a lançar seus primeiros raios sob a face da Terra, lá estava eu, colocando-me de pé para mais um dia de minha corrida existência. Trajava um de meus vestidos favoritos, afinal de contas, após tantos dias tristes e sem maiores acontecimentos desde a morte de meu esposo, hoje algo especial estava para acontecer e, quem sabe, dar uma guinada em minha história.
Joguei por cima das vestes um de meus muitos xales, e como era meu hábito, enfeitei com vários anéis meus dedos longos e finos. Após o café da manhã, dei uma rápida ajeitada na cozinha, murmurando palavras mágicas, ao passo que a louça suja na pia movera-se com estrépito, e embaixo da torrente de água fria, começara a lavar-se sozinha.
Antes de seguir para o Beco Diagonal, chequei a correspondência. Não havia nada de novo, só os velhos panfletos promocionais de sempre. Na sequência, dei uma passada rápida nos estábulos, para avaliar os níveis de comida e água dos cavalos, e ministrar o remédio na ferida de minha égua Cassiopéia, que fizera um corte profundo na pata durante sua última cavalgada. - Calma, calma... Não vai doer nada. – falei baixinho, enquanto abaixava-me para aplicar uma espécie de líquido violeta no casco. Cassiopéia ficara arredia desde o acidente, e com medo de sentir dor, encolhia-se, dificultando o processo – Pronto, vai ficar tudo bem. Afaguei a crina da égua, que as poucos se acalmava e se deixava levar pelo mimo.
O resto dos afazeres na Lion Heart ficariam, desta vez, por conta de Elton. Havia algo muito importante a resolver no Beco Diagonal, portanto, não podia me atrasar de jeito algum. Na falta de ajudantes (procuro desesperadamente pessoas qualificadas para auxiliarem no tratamento dos animais), eu só podia contar com os amigos, uma vez que, quando em necessidade, sabia que podia pedir socorro a Elton e Melinda.
Elton Carlisle fora melhor amigo de meu falecido marido, ambos trabalhavam juntos, desenvolvendo pesquisas no campo da magizoologia. Mesmo com a morte prematura de Elias, o homem fazia questão de manter as relações de amizade que uniam nossas famílias. Sempre da mais alta prestatividade, ele se oferecia para cuidar de qualquer coisa que eu precisasse. Nós Romanov confiávamos tanto em Elton, que era ele o responsável por gerir toda a parte financeira da fazenda.
Pouco antes de desaparatar, recebi o bruxo em minhas terras, entregando-lhe um molho de chaves que davam acesso a partes celadas da propriedade, como barracões de depósito, do velho celeiro, e até mesmo da casa grande, caso ele precisasse trancar antes de sair. Depois de trocarmos algumas palavras, – não sou muito de conversar, pois sou tímida mesmo na companhia de pessoas conhecidas – agradeci mais uma vez e me despedi, e com um som que se assemelhava a um estalo,  evaporei dali.
(...)
Aparatei na Rua Charing Cross as 7:00 da manhã. Naquele horário, apesar de ainda bem cedo, havia considerável quantidade de trouxas zanzando pela rua, indo para o trabalho ou escola. Permaneci parada uns instantes sob o sol já bem quente, encarando a frente do pub, quase que num ritual para atravessá-lo. Esperei que um grupo deles passasse para enfim entrar naquele que, aparentemente, parecia um bar velho e asqueroso. Temia que pensassem “Meu Deus, o que essa mulher vai fazer num lugar horrível desses”.
Com ninguém à vista, segurei minha bolsa mais junta ao corpo, ergui levemente a barra de meu longo vestido azul marinho e cruzei a soleira da porta, adentrando o recinto. Visto de dentro, o pub era imensamente melhor afeiçoado, embora estivesse longe de ser uma hospedaria e bar cinco estrelas. Estava praticamente vazio àquela hora, exceto obviamente pelo barman e por dois outros homens sentados juntos a uma mesa no fundo, aparentando serem viajantes hospedados na estalagem. Tomavam sossegados seus cafés, aproveitando também para compartilhar a edição matinal do Profeta Diário.
Cumprimentei o barman com um tímido “Olá” e um breve aceno de mão, dirigindo-me para o fundo do estabelecimento, e consequentemente para a passagem de tijolos para o Beco Diagonal.

[/Caldeirão Furado] [Ruas do Beco Diagonal]



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Mensagem por Jess Hewitt Sex Set 12, 2014 4:46 pm








Walking by...


C

aminhei despretensiosamente pela rua principal do Beco, acompanhando com o olhar todas as novidades. Só agora atinava que aquela era uma das primeiras vezes que saia da fazenda desde a morte de meu marido.
Os amigos bem que tentavam me arrastar para a vida fora das cercanias de minha propriedade, mas por algum tempo, vi na reclusão uma companheira muito mais atraente e confortável. Eu que, por natureza, já não gosto muito de sair de casa, apenas encontrei em minha dor uma desculpa para ficar ainda mais reclusa.
Contudo, esta manhã acordei animada, como há dias não ficava. Estava prestes a dar o pontapé inicial num novo empreendimento, o que seria um grande desafio para mim como pessoa. “Será que lidarei bem com o público?”, era a primeira pergunta que me vinha à mente. Introvertida e tímida que só, esse era o ponto que mais me preocupava.
Ainda sim, como dizem, a ocasião faz o ladrão. Eu atravessava sérios problemas com a “Lion Heart”, e não fosse o auxílio dos amigos, não sabia se teria aguentado a barra por tanto tempo. Prestes a quase ter que me desfazer das terras, lembrei-me de algumas economias que possuía aplicadas no Gringotes, isso desde os tempos de escola, e que acabara nunca resgatando. Elias era um homem bem à moda antiga, sempre fez questão de ser o “homem da casa”, não deixando que eu tocasse num só galeão daqueles que poupara na época de adolescência. Pois bem, aquele dinheiro foi o que bastou para que eu tomasse uma iniciativa. Comprei do antigo dono o Empório das Corujas, e decidi unir minha experiência com animais à necessidade de aumentar a renda. Esperava do fundo do coração que desse certo.
Refletindo sobre todas estas questões, prossegui, bem a meu estilo distraída, perambulando pela via. Pisava a passos leves e soltos, fluída como uma borboleta. Vez ou outra parava para esquadrinhar uma vitrine. Não que eu fosse chegada a práticas consumistas, mas gostava de admirar a criatividade na disposição dos objetos, e as cores.
Algumas quadras adiante, enfim, estava em frente à fachada do Empório.
“Uma venda simpática. Vai precisar de alguns reparos, mas ficará ótima”, pensei.

[/Ruas][Empório das Corujas]



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Mensagem por Jess Hewitt Sex Set 12, 2014 5:20 pm








First Day at Work


V

asculhando meus pertences no fundo da bolsa, finalmente ouvi o tilintar suave das chaves, que alçei para fora, puxando com o dedo indicador. Aquelas duas minúsculas chaves enferrujadas eram, respectivamente, a chave de entrada, e uma que abria a porta das dependências internas que, segundo o antigo dono, possuía uma minúscula cozinha e um banheiro.
Ao abrir a loja, tive que prender a respiração. Mesmo pouco tempo fechada, esta havia acumulado uma quantidade considerável de pó, e já exalava um cheiro péssimo de titica e ranço. Minha face se contorceu em uma careta ao entrar em contato com aquele odor, e instintivamente, levei uma mão ao nariz, que começou a coçar. – Maldita alergia. – resmunguei.
Com um toque de varinha, espanei em instantes a poeira para longe. Atravessei as dependências da loja e fui, de uma a uma, abrindo as janelas, para deixar aquele lugar mais arejado e habitável.
Em seguida, vasculhei todas as gaiolas, reconhecendo cada uma das espécies que tinha em “mãos”. Eram todas aves muito bonitas. “O antigo dono cuidava muito bem delas” , refleti. Penas limpas e viçosas, corujas aparentando boa saúde, bem nutridas... “Aquele moço estava de parabéns”.
Uma porção de olhos muito redondos e vivos a espreitavam enquanto eu caminhava, avaliando as condições das gaiolas. Precisei de algum esforço para limpá-las e trocar o forro sujo por um novo, visto que alguns animais mais enfezados se rebelavam, recusando-se a sair de seus poleiros.
Eu tinha bom conhecimento com animais mágicos, e até mesmo não mágicos. Minha vida sempre foi muito ligada ao estudo naturalista, fossem plantas, bichos, até mesmo os planetas e o universo. Tivera muito contato prático com corujas, mas agora, como nova proprietária do Empório, reconhecia que precisava me atualizar. Existiam muitas espécies novas, vindas inclusive de outros continentes e, apesar de conhecê-las, acreditava que não faria mal pesquisar um pouco mais sobre elas, posteriormente. “Qualquer dia desses vou dar uma passada na Floreios e Borrões, encontrar mais literatura a respeito”.
Eu era assim. Quando me propunha a fazer algo, queria fazer bem feito. Estudar era sempre preciso para aperfeiçoar dons, talentos e negócios.
Repostas a comida e a bebida dos animais, posicionei-me atrás do balcão, a espera de meu primeiro cliente, que seria também meu primeiro desafio. A garganta quedava-se seca só de imaginar como seria meu desempenho como vendedora. Chegara até a treinar em frente ao espelho, mas a ansiedade da situação real era o que atrapalhava as coisas.
Às oito da manhã a sineta de prata soou pela primeira vez. Um senhor negro e distinto, que trajava vestes na cor púrpura e uma cartola de mesmo matiz dirigiu-se a mim, dizendo:
- Moça, bom dia. Sabe, eu estou procurando uma coruja, mas é uma bem específica...
Ouvi atentamente, assentindo a cada palavra, embora achasse difícil olhar meu cliente nos olhos.
-... Há muito tempo atrás, meu pai e eu vivíamos a beira de um lago...
O cliente me contou uma longuíssima história dos tempos de infância. Escutei tudo, pontuando vez ou outra com um “Aham” , “Não me diga” , “Compreendo” . Ouvir histórias era bom, mas aquela estava dando voltas demais. Após todo o discurso, por fim, veio o verdadeiro questionamento.
- Então, era uma coruja grande, com penugem ruiva. Sabe, não consigo me lembrar da raça. Só o que me lembro é que ela piava alto, um som que mais parecia uma sirene de bombeiro trouxa. Queria muito dar uma dessas ao meu velho pai, de presente. Ele gostava tanto da que morreu, pobrezinha.
- Sei, sei. Muito bonito de sua parte querer fazer esta surpresa para o seu pai. – respondi, com um sorriso sincero e acanhado, caminhando em direção as prateleiras – Bom, o senhor disse que moravam a beira de um rio, e que esta era, provavelmente, uma coruja pescadora, não?
- Sim, me lembro que sempre voltava com tainhas no bico. Era uma ótima caçadora, mas um pouco surda.
- Entendo. – comentei, enquanto sondava as prateleiras mais altas na tentativa de achar a gaiola que estava procurando – Pela descrição dos hábitos dela, do tamanho e do piar, só pode ser uma “Pel”. Ah, achei.
Utilizando uma espécie de vara com um gancho na ponta, desci a gaiola do alto e mostrei para o cliente uma elegante fêmea de Corujão Pesqueiro de Pel.
- É exatamente como eu me lembro. Exatamente essa, muito obrigado mocinha.
- Que isso. – agradeci tímida, sentindo suas bochechas corarem um pouco. Até que minha primeira experiência como vendedora não estava sendo ruim – São 15 galeões. O senhor vai querer uma gaiola?
- Sim, uma gaiola grande, por favor.
- Vou colar um laço de fita nela, já que é para presente. No total são 41 Galeões.
O homem sacou do bolso interno da capa uma carteira de couro surrada, e de dentro coletou as moedas, enquanto eu conjurava uma fita vermelha e arquitetava um bonito laço, o prendendo em uma das barras da grade.
- Obrigada, volte sempre. – disse, entregando a coruja ao novo dono.
(...)
Aliviada por minha primeira venda não ter sido um completo fiasco, e por saber que minhas habilidades em reconhecer as características de cada animal continuavam boas, passei a me sentir um pouco mais confiante. Após um rápido almoço, voltei pra loja, torcendo para que a sequência de meu dia de trabalho fosse tão boa quanto havia sido, a princípio.  
Fiquei um pouco nervosa quando uma mulher entrou na loja, carregando consigo quatro crianças. Não sabia se dava atenção para mãe, se advertia os filhos para não brincarem com as corujas, pois muitas eram ríspidas, e não toleravam muito barulho ou movimentos bruscos. Tive a sensação incomoda de que a tal mulher saíra de lá com uma impressão não muito boa de minha loja, e de que não havia atendido muito bem... Contudo, não podia afirmar isso, já que, insegura como sou, sempre tendia a enxergar as coisas por um lado negativo. “Calma, é só o primeiro dia. Vai melhorar”.
Tirando este fato, de resto, tudo correu tranquilamente. No fim do expediente, fiz uma rápida contabilidade do caixa, anotei tudo o que havia entrado, trancando a registradora novamente. Passei uma vassoura no chão, verifiquei outra vez a ração e água dos animais, em seguida soltando algumas das corujas para um passeio noturno. Como as corujas eram animais obedientes e costumavam sempre retornar ao ponto de partida, resolvi adotar um sistema de rodízio de soltura. A cada dia da semana, algumas espécies seriam soltas, para uma revoada, assim, as penosas não ficariam tão estressadas.  Havia um janelão bem no alto da construção. Era espaço suficiente para que elas saíssem e voltassem em segurança.
Tudo checado, tranquei a porta da loja e sai, pensando somente em minha casinha, e um banho quente.

[Off]



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Mensagem por Jess Hewitt Sáb Set 13, 2014 11:37 pm



“Nova Morte Ministerial coloca mundo mágico em alerta”

    A recente onda de crimes que têm chocado os bruxos da Grã-Bretãnha fez na noite da última Sexta-Feira sua mais nova vítima: Augustus Prandelle Abernathy, conhecido, entre outros, por seus serviços prestados a Suprema Corte Dos Bruxos, e mais tarde, por ter sido nomeado pelo Sr. Excelentíssimo Ministro como representante da Advocacia Geral da União.
    O advogado cumpriu com sua rotina de trabalho, findando seu expediente normalmente, o acontecia sempre por volta das 20 horas. Aparatando em frente a sua residência na 25 Brook Street, foi rendido por três homens, que segundo testemunhas oculares, trajavam familiares capas negras, e tinham o rosto encoberto por máscaras.
    “ Tudo muito rápido. É óbvio que estes Comensais possuíam um plano muito bem arquitetado, e já sondavam os hábitos e itinerários do Sr. Abernathy há dias...” comentou Olivia Sturridge, uma das vizinhas da família, que presenciou o fato da sacada de sua propriedade “... do contrário, não teriam sido tão certeiros, aparecendo praticamente do nada, e o matando a sangue frio, sem nenhuma possibilidade de reação.”
    A reincidência de praticas Comensais é o fator que mais tem gerado polêmica na sociedade como um todo, pois há vários anos não havia sido registrada a ação destes, salvo incidentes isolados. No último mês, contanto, já foram registrados 5 ataques, nos quais pelo menos três foram bem sucedidos, e causaram a morte de funcionários ligados ao Ministério da Magia.
Parece realmente haver um padrão nesta nova onda de assassinatos. Desta vez, não mais crimes raciais, mas os alvos são, especificamente, autoridades e funcionários de alto escalão, ataques que certamente, a curto e a longo prazo, podem refletir em problemas de estabilidade no Ministério.
    O Ministro, Sr. Ex. Louis Monreau Ravenclaw, terá sérios problemas caso não consigam refrear os ataques contra ministeriais, pois embora seu gabinete se esforce para acalmar os ânimos, dentro e fora dos muros do Minsitério, há quem diga que o caos começa a dar suas caras.
    “Pode representar uma grave crise à atual administração ministerial” afirma o especialista em Política Mágica, Joseph Geitzer “Dependerá muito da postura adotada daqui em diante”.
    No que diz respeito à postura adotada pelo Ministério, o Sr. Ex. Louis Ravenclaw já começa a fazer seus primeiros movimentos. Em nota, sua acessória relata que o Quartel dos Aurores foi colocado em alerta, e uma grande demanda foi posta nas ruas, em guarnição ao prédio da sede do Ministério da Magia, e até mesmo, reforçando a escolta de seus membros.
    O próprio Sr. Ex. Ravenclaw, ao comparecer ao funeral de Augustus Abernathy, discursou inflamadamente, prometendo usar de todas as suas capacidades para capturar estes criminosos antes mesmo que eles possam voltar a atacar, reforçando o que foi dito na última entrevista que  concedera ao Profeta.
    As declarações do Ministro sobre a questão da segurança nos levam a compreender que há sim uma ameaça real e palpável, voltando a assombrar a Londres mágica. A questão que vem a seguir é: estaríamos preparados para uma nova guerra, caso acontecesse? A situação no Ministério, apesar das baixas, estaria sob controle, ou as palavras do Ministro são entremeadas por pânico?
A ideia de uma nova guerra ainda é remota, mas indubitavelmente, o assunto que há muito andava engavetado na memória dos bruxos, voltou a estar em voga. Nossas mentes ainda não são capazes de apagar os horrores vividos durante a época da ascensão de Você-Sabe-Quem.
    “A palavra de ordem é tratar o tema com respeito e cautela. Nós fomos muito bem instruídos sobre como agir, e não há motivo para alarde.” afirma Kirk Rhodes, auror “Após a Segunda Guerra Mágica, houve uma intensificação no treinamento dos aurores. Estamos muitíssimo bem preparados para defender a população, e no que compete a nossa função, é o que faremos, com todo nosso empenho”.
    A confiança é partilhada pela Ministra em caráter mundial, Sra. Ex. Sasha Petrov Seryozha. Ela lamenta profundamente as mortes, mas defende que o Ministério continua com suas bases bem sólidas, e confirmando o que foi dito pelo Sr. Rhodes, a segurança jamais foi tão priorizada num governo.  
    Fica então nossa esperança de que tudo se esclareça o mais rapidamente possível, e que o mundo mágico possa enfim voltar a respirar aliviado.


Textos {black}, Citações {" " + navy + itálico}. E agradeço a Lari por esse template.
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Mensagem por Jess Hewitt Qua Out 01, 2014 10:01 pm








Struggling with a Jarvey


A
cordei com uma barulheira no andar de baixo. Estava num sono pesado, desses que há muito tempo não provava, sonhando com alguma coisa relacionada a um campo de flores. Um roseiral, para ser mais específica, onde eu corria, e Elias, meu falecido marido, me acompanhava, como se brincássemos. Mais tarde naquele dia, me esforcei para tentar lembrar de detalhes, mas minha memória, como sempre, me pregava peças, e recusava-se a deixar que eu acessasse tão preciosas informações.
Desci pé ante pé os degraus da escada de madeira, e ao chegar no ultimo, parei. Meus olhos percorreram a sala de estar, tentando rastrear a origem dos ruídos, mas ao menos ali, não havia nada de estranho. O som ficava cada vez mais alto, há poucos metros de mim. Tentando me orientar, percebi que vinha da cozinha. Era como se algo, ou alguém – esse pensamento fez com que um arrepio transpassasse meu corpo – estivesse remexendo as gavetas, derrubando tudo no chão. Meu maior medo era justamente esse: de estar sozinha na fazenda, e algum intruso entrar em casa.  Eu tinha até uma boa noção de autodefesa, mas confesso que é muito mais na teoria, do que na prática, já que, graças a Merlin, nada de ruim nunca me aconteceu até hoje.
Apertei meus dedos com mais força em torno da varinha, que havia trazido comigo, e caminhei vagarosamente pelo corredor. Ao chegar bem próximo ao batente da porta da cozinha, estaquei. Tentei enxergar alguma coisa num viés, através do vidro de uma cristaleira, mas não dava pra ver. Minha única opção era adentrar o cômodo. Respirei fundo, engoli seco e repeti mentalmente uma reza, alguns versos que aprendi com meu pai trouxa quando era pequena e, passado o momento de hesitação, me adiantei.
Varinha em riste, já preparada para o pior, deparei-me com um furanzão tentando galgar a última prateleira de um dos armários de madeira antiga. A cozinha era a completa imagem de uma zona de guerra, com meus vasinhos de violeta no chão, espatifados, terra para todo lado, xícaras e pratos que eu guardava, presentes de meu casamento, enfim, uma imundície só. O furanzão dignou-se apenas a me lançar um olhar rápido e rasteiro, e a proferir uma dezena de frases grosseiras, algumas que eu nem sabia que existiam.
Tentei em vão agarrá-lo com as mãos, mas recebi várias unhadas e ofensas em troca. O animal era escorregadio como sabão. Conseguia escapar de cada uma das minhas investidas num piscar de olhos, com uma agilidade ímpar. E quanto mais ele se esgueirava e pulava sobre as demais prateleiras, mais minhas lindas louças eram danificadas.
- Arrgh, bicho fujão! – exasperei agoniada, enquanto ele arranhava com suas unhas afiadas uma das minhas baixelas favoritas – Sai, sai!
Deu uma trabalheira imensa, mas após muito correr atrás dele, finalmente o bicho desistiu e fugiu pela janela que eu havia esquecido entreaberta, tomando o rumo da floresta, que ficava nos arredores de casa. Quando Elias ainda era vivo, tínhamos o costume de dormir com tudo aberto. Nunca nada havia nos acontecido, e eu me sentia protegida, mas agora, sozinha, tinha medo. Mesmo com o antigo caseiro, deixava tudo trancado. Ontem a noite, porém, distraída, devo ter esquecido.
Esse detalhe pouco importava agora, diante do que já havia ocorrido. A questão real era a bagunça que restara, para que eu arrumasse. Passei grande parte da manhã limpando e consertando tudo, e nem me lembro quantas vezes eu repeti o feitiço “Reparo” nos objetos. Quando Elton chegou, tudo já estava nos conformes, como se nada ali houvesse ocorrido.
- Bom dia, Katrina. Ainda não foi para a loja? – perguntou o homem, surpreso por ainda me encontrar em casa.
- É, tive um... pequeno contratempo. – respondi.
Ele me obervou com um ar de indagação, mas não perguntou nada. Eu estava tão atrasada para abrir o Empório que também - depois, fiquei remoendo isso o dia todo, pensando se não havia sido muito grosseiro da minha parte - não me dei o trabalho de explicar.
(...)

Abri a loja perto da hora do almoço. Era uma lástima, mas o que podia ser feito? Esperava sinceramente não ter perdido muitos clientes, já que na última semana o movimento matinal tinha sido bem fraco. Nem comi. Compensei o tempo perdido dando uma limpada nas gaiolas, uma verificada nas corujas para ver se estava tudo ok, trocando água, comida, o de praxe, e dando uma revisada no livro caixa.
Assim que a sineta soou pela primeira vez, levantei os olhos do livro de contabilidade, e me adiantei para a entrada, para receber o homem e sua filha, que trazia pela mão. Na maioria das vezes, esse era o perfil de meus clientes: pais e filhos, em idade de ingressar na escola.
A menininha curiosa percorreu todas as galerias, a procura de uma que lhe agradasse. Segui logo atrás, junto ao pai da garota, e vez ou outra ambos trocávamos algumas palavras. Enfim, a mocinha apontou uma das gaiolas e anunciou que aquela seria sua escolhida.
O pai sorriu e olhou para mim, como pedisse confirmação se podia ou não pegar a gaiola. Assenti, e assim o bruxo o fez, levando-a para frente da loja. Contornei o balcão, enquanto o pai dizia “Vamos levar essa por favor”.
– Mais alguma coisa, senhor? – indaguei.
No fim das compras, levaram uma coruja das neves, uma gaiola pequena e um pacote pequeno de ração, totalizando 47 galeões. A menina pareceu satisfeita com sua nova amiguinha, e após tê-la contentado, deixaram a loja.  
Atendi pelo menos mais quatro pessoas durante aquela tarde. Foram vendas fáceis, e renderam um bom dinheiro, o que compensou um pouco as vendas estagnadas dos dias anteriores
Ao fim do dia, meus pés estavam doloridos, e meu estômago roncava, implorando por comida. Olhei de relance para o relógio cuco de parede, e estabeleci que ficaria no Empório pela última meia hora.  
Estava quase terminando o ritual de sempre, que fazia antes de encerrar o expediente, quando uma menina adentrou minha loja. Deixei que ela se perdesse entre as fileiras de gaiolas, pedindo licença enquanto eu terminava de conferir o estoque de ração. De longe, eu percebia que o rosto da garota de contorcia, cada vez que aspirava aquele ar impregnado, com o cheiro fétido das gaiolas. Eu bem que tentei de tudo para amenizar o problema, mas era difícil. Parecia, após anos de funcionamento, que aquele cheiro rançoso estava entranhado de um jeito impossível de retirar, na madeira das prateleiras, nas paredes e assoalho.
Logo, a jovem me chamou com um aceno, e me aproximei, ao passo que ela me apontou uma das corujas-das-neves. A coruja ainda era pouco mais que um filhote, um exemplar dócil e manso, que olhava de mim para sua futura dona, e se agitava no poleiro, piando animadamente. A animal pareceu ter gostado muito da menina.
Perguntei se ela queria escolher uma gaiola, e assim, ela ficou com uma de tamanho médio que eu achava bem bonita. Suas barras eram na cor bronze, toda trabalhada, de forma que formava o desenho de ramos na lateral. Terminamos com um pacote médio de ração, então ela foi embora.
Fechei a loja enfim, e corri para o Caldeirão Furado, para ver se colocava alguma coisa para dentro do estômago.

[/Empório das Corujas][Caldeirão Furado]


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Mensagem por Jess Hewitt Qui Out 02, 2014 12:16 am








Feeding my belly


A
dentrei o Caldeirão Furado apressada, um minuto antes de um pé d’água, desses típicos de verão, caírem pesadamente sobre o Beco. O ar no lado de fora era abafado, e dentro do pub, mais ainda. Escolhi uma mesa mais reservada, próximo a escada que levava aos quartos da pensão, e após me acomodar, tirei o xale que envolvia minhas costas e deixei pendurado no espaldar da cadeira. Em seguida, passei uma mão na testa molhada, mistura de suor com as gotas de chuva que peguei no caminho.
O pub estava apinhado de gente àquele horário. Conforme a noite ia caindo, muitos comerciantes em final de expediente, viajantes, fregueses assíduos, reuniam-se todos ali, uma espécie de parada quase obrigatória para conversas com os amigos, um descanso merecido, ou para, como no meu caso, saciar a fome após um longo e duro dia.
O fato de estar lotado logo de cara me incomodou, óbvio. Comecei a sentir aquele velho desconforto, uma sensação de inquietude, onde meu coração batia acelerado e a veia do meu pescoço parecia latejar. Há anos eu convivia com aquele fobia à lugares fechados e cheios, e nunca aprendera a lidar muito bem com isso. Talvez fosse o caso de procurar um psicólogo no Mungus, como todos me sugeriam, e eu, resistente, sempre respondia “Ok, vou pensar a respeito”, mas sempre deixava pra lá. Eu retorcia as mãos por debaixo da mesa, onde ninguém podia notar, e encarava aflita o salão, a procura de um atendente que pudesse anotar meu pedido logo, para que eu pudesse comer minha refeição e sair dali de uma vez. Cogitei até mesmo desistir, e desaparatar, mas meu estômago se revirava, indomável.
Finalmente o atendente veio até a mesa, me perguntando se eu gostaria de fazer o pedido. Assenti.
- Por favor, eu gostaria de um Fillet ao molho... – minha voz soava muito baixinha, e não conseguia se sobrepor àquele falatório. O garçom perguntou “O que? Não consigo ouvir” apontado a própria orelha, com o dedo indicador. Eu repeti, tentando falar mais rápido. Minha voz dessa vez saiu meio gritada e esganiçada, fato que me fez corar violentamente – Er, um fillet ao molho madeira, uma massa ao molho branco, e para beber, um suco de abacaxi com hortelã, por favor.
O garçom respondeu que o abacaxi havia acabado. Então, refiz o pedido.
- Tudo bem. Um suco de morango.
Vi ele se afastar, e entrar na cozinha.
Minutos mais tarde, lá estava minhas iguarias. O cheiro estava uma delicia, ou talvez fosse a fome, que me aguçava mais os sentidos. Notei que minha boca salivava. Abocanhei a primeira garfada de massa, e por alguns minutos, eu me esqueci do incidente com o furanzão, do trabalho, do cansaço, até das pessoas ao redor.
Fiz um esforço para desacelerar e não comer rápido demais. Bebi um gole do suco, que trincando de tão gelado, desceu rasgando na garganta. Mas era um bálsamo refrescante, no meio daquele calor horrendo e pegajoso. A meu lado, sem querer, eu podia ouvir a conversa do grupo, que ainda discutia sobre a confusão com os pufosos, que havia virado o Beco Diagonal de cabeça para o ar, dias antes. Era incrível como aquele assunto ainda dava pano para manga.
Estava quase terminando quando meu olhar percorreu o pub mais uma vez, enquanto meus dedos remexiam as cegas dentro da bolsa, ao encontro da moedeira. De longe ela reconheceu a figura de Arthur, um de seus muitos primos da família Romanov, provavelmente um dos poucos com quem eu tinha algum conhecimento ou afinidade. Por alguns instantes, cogitei se minha companhia seria apropriada. Talvez ele estivesse ali por algum motivo específico, ou a espera de alguém – do sexo feminino, mais precisamente – e eu fosse ser bastante intromissiva. Pensei muito sobre ir até lá dar um “Alô”, até mesmo porque, estava doida pra sair dali.
Por fim, fui até o balcão para pagar a conta, e não resistindo a tentação, tive que ir até lá, pelo menos para cumprimentar.
- Arth, - comecei, chegando a suas costas e tocando bem de leve seu ombro para que ele não se sobressaltasse – Oi, sou eu, Katrina. Como vai?

Spoiler:

[OFF: Posts bloqueados entre Katrina Abadon Everett e Arthur M. Romanov]


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Mensagem por Jess Hewitt Qua Out 08, 2014 7:30 pm


Oração
Uma vida nova. Era o que esperava da minha ida a Inglaterra, que agora estava mais próxima. Mesmo sabendo que não se pode seguir em frente sem deixar algumas coisas para trás, deixar a França, de lembranças doces e infortúnios, estava sendo a coisa mais difícil que acontecera em minha vida.
Já havia empacotado minhas coisas (poucas, queria levar o mínimo possível, para que meu recomeço fosse do zero), havia dado baixa no hospital, acertado toda minha papelada com o Mungus e me despedido dos amigos. Dei uma rápida passada em Saint-Étienne para dizer adeus aos meus pais e Adele, aproveitando para ouvir mais uma série de sermões e conselhos de família, sermões dos quais, até desses, sentirei falta. Restava apenas uma coisa. Despedir-me da minha tão amada Paris, da qual eu, como uma filha ingrata, fugia como uma covarde, evitando enfrentar meus próprios fantasmas. Para celebrar a despedida, escolhi um de meus destinos favoritos, a Catedral de Notre-Dame. Não que fosse católica, ou seguisse alguma religião trouxa em específico, mas aquele lugar sempre me transmitira uma aura de paz e serenidade, que era tudo que precisava.
Caminhei a passos vagarosos, admirando cada detalhe, do brilho alaranjado do céu ao pôr do sol, ao delicado movimento do curso das águas do rio Sena. Capturei cada imagem em minha mente, desejando intimamente que a lembrança ficasse guardada em mim como a recordação de uma velha e querida amiga. Quando Paris viesse em meus pensamentos, gostaria que todas as lembranças ruins da cidade, que eu acumulei nos últimos tempos, fossem convertidas na nostalgia proporcionada por aquele momento.
A entrada da catedral estava repleta de turistas, que posavam para tirar foto em frente a fachada Oeste da construção. O Natal estava aí, logo os feriados e a data que marcava o nascimento de Jesus Cristo para os católicos atraia quantidade recorde de visitantes. Eu gostaria de ter escolhido outro momento para o meu passeio pela Île de la Cité, algum dia em que Notre-Dame estivesse calma e silenciosa, mas devido as circunstâncias, cá estou.  
Segui adiante, driblando o fluxo de pessoas que ia e vinha, e algum vendedor de souvenirs, que tentava me empurrar uma miniatura da Virgem Maria com o Menino. Parei a frente dos portais, para admirar a fachada, coisa que já havia feito um milhão de vezes, mas cada uma delas parecia única. Todas as suas estátuas, nichos, arquivoltas... Amava tudo na catedral. Inclusive aquela representação do Juizo Final no portal principal, apesar de que aquela história sempre causara arrepios em mim, quando era criança.  
Enfrentei uma pequena fila para adentrar a construção, e assim que consegui, segui pelo centro da nave, até chegar no transepto. Ali, repeti o gesto de alguns trouxas, de flexionar os joelhos e benzer com o sinal da cruz, e procurei um espaço vago nos bancos em que pudesse me acomodar. Ao cair da tarde, os últimos raios de sol penetravam pelos enormes vitrais coloridos, e lançavam sobre a extensão da igreja uma atmosfera mística, divina. Passei a encarar o altar mor, e mentalmente entoar um tipo de reza, que não sabia ao certo se existia ou era inventada, pedindo para que Deus, se é que há e nos escuta, me enviasse um sinal de que o que estava fazendo era o certo.
Sempre fui tão hesitante, tão inconstante, tive tão pouca fé. Nunca me permiti o benefício da dúvida. Nunca me permiti tentar o diferente. Como seria largar tudo aqui para morar em outro país? Será que conseguiria dar o pontapé inicial em algo bom, para variar, ou estava apenas me iludindo? Será que conseguiria esquecer as pessoas que me fizeram mal ou me entristeceram, ou essas lembranças ruins me perseguirão, onde quer que eu me esconda? Tantas dúvidas me assombravam, mas eu dei o primeiro passo. Um salto no escuro. Pela primeira vez decidi partir pro tudo ou nada. Pedia aos céus apenas que me sustentasse nesse meu arroubo de loucura, e me protegesse ao longo do caminho. Daqui a algumas horas, estarei longe daqui. Não sei bem quando retornarei, mas sem dúvida, voltarei a pisar na mesma Notre-Dame quando me sentir mais forte. Afinal de contas, nem toda dor dura infinitamente.
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Mensagem por Jess Hewitt Qua Out 08, 2014 8:33 pm


Novos Ares
Peguei um avião direto para Londres. Preferi usar um meio de transporte trouxa, pois não tenho muita perícia em voo, e acho aparatar em longa distância (apesar dos países não ficarem assim tão longe um do outro) um tanto imprudente. Já havia ouvido historias de aparatações que terminaram muito mal, com membros separados, que foram encontrados até mesmo em continentes diferentes. Pelo sim, pelo não, apelei para o meio de transporte trouxa mais rápido, e em menos de trinta e cinco minutos, desembarquei no aeroporto de Heathrow.
Não havia mala para carregar. Eu despachei toda minha bagagem para cá alguns dias antes, e agora levava apenas uma mochila com poucas roupas, documentos, e itens de necessidade básica. Nesta semana, ficarei hospedada no apartamento que um amigo francês mantém, e que fica fechado na maior parte do ano. Ele me disse que ficasse a vontade, e o usasse pelo tempo que for necessário, mas decidi que não quero abusar. Vou esperar mais uns dias, até me estabilizar, e então procurarei algum lugar barato para alugar, até eu conseguir algo melhor.
O apê desse meu conhecido fica as margens do Hyde Park, então aproveitei a oportunidade para cruzar o parque, já que era caminho. Passava das oito da noite, mas a vida social fervilhava. Muitos jovens aproveitavam jogar conversa fora, namorar. As crianças se divertiam, tirando foto no colo do ator vestido de Papai Noel e admirando as atrações e decorações de Natal. Parte das árvores do parque havia sido enfeitada com luzes coloridas, e havia esculturas de renas, duendes, sinos, anjos, entre outros, povoando toda a parte. Era uma atmosfera festiva e colorida, que atraia as pessoas para fora de suas casas, apesar do frio cortante de inverno. Celebrar o espírito natalino, fazer compras... Toda aquela animação, esse ano, estava longe de fazer parte do meu mundo. Para falar a verdade, senti até uma pontinha de raiva, de ver tanta gente sorridente, enquanto por dentro, a vontade era de me largar num daqueles bancos e chorar. Esse seria o pior Natal da minha existência.
“Não. Pare de pensar assim mulher...” repeti, mentalmente “Esse será o Natal que marcará o início da sua vida. Pense pelo lado positivo das coisas”. Não podia deixar que aquele pensamento derrotista me dominasse, afinal de contas, até quando iria deixar aquele desgraçado arruinar meus dias? “Já passou da hora de choramingar, na fossa. Levante-se, Magnolia”.
Definitivamente, farei de tudo para esquecer o maldito Damien e todos os anos de traições e humilhações a qual fui submetida. O sol brilhará pra mim nessa Londres, e eu, mais do que nunca, estou disposta a tentar a sorte. Deixei que os acordes do coro de Natal invadissem meus ouvidos, e aspirei o ar daquela cidade. Ares novos. Ares de prosperidade.
[OFF]
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Mensagem por Jess Hewitt Qui Out 09, 2014 1:34 am


Trabalhando na Véspera de Natal
Cheguei ao oitavo andar, e antes de qualquer coisa, me dirigi ao banheiro e troquei as vestes trouxas pelo uniforme verde, sapatos brancos e jaleco. Já arrumada, passei a reconhecer o local. Fui me interando onde ficava cada coisa, verificando o armário de poções, os utensílios, conhecendo algumas pessoas do setor.
Não me importava pelo fato de ser véspera de Natal. Aliás, eu mesma me oferecera para começar naquela data, pois preferia mil vezes virar a noite trabalhando do que passar aquela noite festiva sozinha, amargando minha decepção acompanhada de uma garrafa de vinho. O trabalho ao menos me dava energia, me dava um motivo para sair de casa, uma atividade para manter a cabeça ocupada.
E simplesmente não havia clima para Natal. As ocorrências hospitalares não tinham folga só porque era dia de celebração, então, alguém tinha que trabalhar para atender aquelas pessoas.
Meu primeiro caso foi uma garota, que deu entrada no setor com sintomas de Tristeza Toletina. Ela chorava sem parar, e sua aparência era muito pálida e anêmica. Pedi para que a mãe me ajudasse a colocar a moça na balança, para medir o peso, e em seguida nós a colocamos na maca. Ela não reagia a nada, só fazia chorar. Não se importou quando avaliei sua pressão, auscultei seu coração, chequei seus reflexos. Aliás, ela praticamente não tinha reflexo, o que me levou a crer que aquele era um caso bem agudo.
Fiz algumas perguntas a senhora que a acompanhava, e ela me relatou que no fim de semana, haviam feito um passeio no campo, e colheram alguns cogumelos para degustação posterior.
- Muitos cogumelos mágicos são gêmeos. – comentei - Quer dizer, existem espécies muito parecidas, fáceis de confundir. Existem muitos casos assim. O tolete é um animal, não um cogumelo, mas é muito similar a alguns cogumelos bem comuns.
Afaguei a cabeça da mocinha, e de certa forma, ela se acalmou um pouco. Para realizar um diagnóstico correto, requeri a enfermeira que colhesse um pouco de sangue da jovem para a realização de um rápido exame microscópico, e enquanto esperávamos o resultado da análise das células, continuei explicando sobre a doença.
- A Tristeza Toletina ataca as células do sangue e o sistema nervoso. A paciente perde o apetite e vontade de realizar atividades, por isso ela está assim, apática, e teve perda de peso, segundo verifiquei na ficha da Diana. O sintoma mais característico porém é esse sentimento de tristeza profunda, que leva a pessoa a querer chorar, e mais nada.
A mãe escutava atentamente, enquanto segurava firme na mão de Diana. Os soluços paravam à medida que sentia o carinho humano, dando margem para que ela pudesse respirar, sendo que em àquele choro compulsório, a moça quase sufocava.
- Mas não se preocupe, o tratamento é muito simples. No caso da Diana, vou receitar uma poção revigorante, para ela recuperar a vitalidade e o apetite. Mas de resto, muito carinho costuma resolver. Abraços, calor humano, afagos... Aos poucos, você notará que os sintomas diminuirão gradualmente.
Continuando nossa conversa, alheias a movimentação na sala de exames. Enfermeiros entravam e saiam, havia outras ocorrências simultâneas. Um homem adentrara intempestivamente o recinto chamando pela doutora Louise, berrando, para ser mais exata. A mãe de Diana olhou para ele meio assustada, e a menina voltou a lamentar alto, fato que pôs a senhora a afagar seus cabelos e dar-lhe beijos na testa. Sugeri que ela não ficasse olhando muito. Após o resultado do teste sanguíneo, receitei uma poção revigorante simples, que poderia ser comprar em uma farmácia ou manipulada em algum boticário, e sendo assim as dispensei.
Mais tarde, num dos raros momentos de folga, fui até a janela dar uma espiada. Estava acontecendo um evento natalino no salão de festas de um prédio vizinho. Vi as pessoas ceiando felizes, distribuindo abraços e presentes. Encostei a testa na janela e suspirei, imaginando como estaria minha família, na França. Adele, mamãe e papai, nossos tios e primos, estariam eles sentindo minha falta nesta noite? Porque, vendo aquelas pessoas felizes, senti uma terrível falta deles. Minha vontade foi se sair correndo e pegar o primeiro avião de volta a Saint-Étienne. Mas não, eu mal tinha chego na cidade, era muito cedo para desistir e voltar com o rabo entre as pernas. Precisava ao menos tentar.
Voltei à sala de exames para atender aos próximos pacientes, sem pausa, até uma hora da manhã. Visitei a sala de internação para ficar a par da situação dos internos, estudar seus prontuários, e ficar a par de seu tratamento. Por fim, estava tão exausta que certamente chegaria em casa, tomaria um bom banho, e me largaria na cama, me entregando a um sono profundo, enquanto lá fora o espírito natalino continuaria a dominar a atmosfera londrina.
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